Descrição
O Trilho de Santa Marta é um percurso pedestre de Pequena Rota (PR). Iniciado bem no centro da Vila junto ao monumento de homenagem ao homem da vinha, este trilho proporciona-nos das mais belas paisagens das vinhas. O património cultural, histórico, religioso e vinícola são uma constante neste percurso. Ainda dentro da sede de concelho vamos descobrir a Capela da Padroeira da Região Demarcada do Douro, Santa Marta, um templo simples mas de elevada importância devido à sua Padroeira.
O trilho conduz-nos por alguns caminhos mais estreitos, fazendo lembrar os caminhos outrora usados pelos homens para transportar as uvas desde as terras mais altas ou pelos profundos vales para o lugar de Santa Marta. Quando se chega à Capela de Santa Ana, em Sanhoane, faz-se uma pausa para observar a paisagem, que se estende do Douro ao Corgo, entre os dourados dos outonos, ou os verdes da primavera. Ao descer a Sanhoane as casas históricas, brasonadas encaminham-nos para mais um caminho apertado que nos conduz até Bom Viver. Até aqui já passámos 3 ou 4 quintas, onde podemos parar e provar o bom vinho que nesta zona se produz. As videiras são ao longo deste trilho uma companhia.
Kms por dia
Dia 1 -
- Pelourinho
- Museu das Caves Santa Marta
- Capela de Santa Marta
- Capela de Santa Ana
- Igreja Matriz de Sanhoane
Recomendações
Santa Marta – Lenda
Lendas são lendas. Umas vezes com algum fundamento histórico, outras vezes nem por isso. Normalmente tentam encontrar uma explicação para a origem ou significado de certos topónimos, localidades, ou mesmo acontecimentos. Mais ou menos ingénuas, simples ou complexas, todas são graciosamente populares.
No caso de Santa Marta de Penaguião, a mais conhecida e celebrada, assumiu mesmo lugar de destaque no vitral que Lino António pintou em 1945 para figurar na escadaria nobre da sede da Casa do Douro, em Peso da Régua, situando-se a sua representação iconográfica no lado esquerdo do painel central.
Esta lenda é recriada todos os anos nesta mesma vila na noite de 29 de julho.
Certo e desconhecido cavaleiro francês, um tal Conde de Guillon, tendo invadido estas terras, mandou queimar a capela de Santa Marta. Consumado o ato sacrílego, a Santa apareceu-lhe ditando o castigo: que plantasse uma vinha, e cuidasse dela. Arrependido e humilhado, nem quis ver a aparição e, curvado, tapou os olhos com as mãos, mas ao descobri-los, tinha a seus pés um corvo, ave profética e sagrada, de acordo com crenças antigas, símbolo do mau agoiro que pressente a morte com o seu grasnar. O contrito conde cumpriu a dura penitência, e ficou cheio de alegria na hora da vindima, porque nunca tinha produzido nada na vida. Lembrou-se então de oferecer à Santa as uvas, fruto do seu suor, e em vez de um corvo, apareceram-lhe pombas brancas e um cordeiro, símbolos da pureza e da reconciliação. Estava perdoado. E, desde então, a localidade começou a ter um nome: Santa Marta de Pena (castigo) de Guillon. Que, segundo a tradução (e tradição) popular, veio a dar “Santa Marta de Penaguião”(…)
Dicas
Na Quinta do Pinheiro, na aldeia de Sanhoane, Santa Marta de Penaguião, pode encontrar um Cipreste centenário ( Cupressus sempervirens L.)
Situado num Solar do Douro com atividade vinícola, trata-se de um exemplar, inserido num bosquete com várias árvores também com algum porte, com idade estimada de 150 anos, de 22 metros de altura e foi classificada a 10 de março de 1993 como Árvore de Interesse Público.
Santa Marta – Padroeira
Marta aparece nos Evangelhos (Lucas 10, 38-42, João 11, 1-44 e 12, 1-11) como sendo a irmã de Lázaro e Maria, os três amigos que Jesus Cristo tinha na aldeia de Betânia, a poucos quilómetros de Jerusalém, e em cuja casa normalmente pernoitava, quando andava pela cidade, ou ia pregar ao Templo. Marta – nome que em aramaico significa “mestra” ou “senhora” – é referida como mulher de trabalho e de muita lida, contrariamente à irmã que preferia sentar-se aos pés do Mestre, ouvindo a sua palavra. Por isso na sua representação iconográfica, aparece como diligente dona de casa, sendo representada com uma vassoura, uma concha, um molho de chaves. Atributos – talvez mais ideia e influência de Frei João de Mansilha! – Que levarão a que fosse, em 1756, declarada também a Padroeira da Região Demarcada do Douro e da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro.