O Douro Começa por ser uma construção geológica e natural, que se inscreveu num território rodeado por montanhas, por um grandioso rio, pelos seus afluentes encaixados e pelos ventos varredores do seu cerco montanhoso.

É na conjugação de montanhas, de movimentos tectónicos, de rios, ribeiras e encostas inclinadas que o Homem inicialmente se instala e inscreve a sua arte, nos antigos outdoors do Vale do Côa e vai evoluindo, modicando e intervindo no território até construir o mais assombroso dos cenários vitícolas mundiais.

A fundação da Real Companhia Velha em 1756 inicia um período de alteração profunda da paisagem, na qual o Homem inscreve ordem, geometria, modernidade, conhecimento, um sonho e uma ambição. E dá-se início à construção de gigantescos socalcos, misto de sofrimento, de beleza e de avassaladora grandiosidade e que constituem presentemente um dos seus principais atrativos, assente na paisagem construída, na contemplação e na natureza.