Todas as fotografias
Descrição
A fundação de uma casa oratoriana em Freixo de Espada à Cinta levou o Padre Francisco da Silva a solicitar à Câmara Municipal, em 1673, a cedência da Igreja de Nossa Senhora do Vilar, aqui existente e sem utilização. A vocação urbana associada aos oratorianos, vistos numa perspetiva de desenvolvimento, funcionou como motor de introdução, na província, das novidades ao nível do ensino e da cultura. Da capela inicial, dedicada a Santa Maria do Vilar, apenas se sabe o que consta no registo gráfico de Duarte D´ Armas no início do séc. XVI, um templo próximo do núcleo populacional com nave e capela-mor, mais baixa e estreita, com torre sineira afastada da fachada principal, à qual se ligava por um muro. Os oratorianos iniciaram uma campanha de obras nos anos subsequentes, que resultou na alteração do conjunto, não estando ainda terminadas em 1834, quando foram extintas as ordens religiosas.
A igreja e o convento caraterizam-se pelas suas linhas depuradas e aspeto interno unificado de planta longitudinal composta de uma só nave e transepto, volumes articulados horizontalmente com cobertura diferenciada em telhado de duas águas na nave e com abertura de iluminação zenital terminada em lanterna na capela-mor. A fachada principal orientada a Sul, de dois panos separados por pilastras, sendo o pano da fachada que corresponde à nave da igreja rematado ao nível do entablamento por um frontão de lanços encimado por uma cruz latina. Apesar da data avançada da sua edificação inscreve-se nos modelos de arquitetura chã, uma corrente mais sóbria e clássica das experiências barrocas.
Vendido a particulares depois da extinção dos oratorianos, foi doado pela família sua proprietária, em 1993, à Igreja de Freixo de Espada à Cinta, datando do final de 2002 o projeto do antigo convento em Museu dos Missionários, em homenagem à Congregação do Oratório. Em 2006 foi reconhecido como Imóvel de Interesse Público.