Decorria a era de 1139…
… a Igreja de Santa Maria Maior de Almacave, abria as suas portas recebendo D. Afonso Henriques para que se
realizassem as lendárias Côrtes de Lamego, as primeiras de Portugal, simbolicamente identificadas com a fundação da nacionalidade, onde se estabeleceram as regras de sucessão ao trono, tendo D. Afonso Henriques sido aclamado o primeiro Rei de Portugal.

Espalhou a lenda que, terá sido por essa altura, a primeira vez que foi produzida a “Bôla de Lamego”.

A cidade não estaria preparada para a afluência de tanta gente que se deslocou para assistir à reunião das “Primeiras Côrtes” e, tornando-se necessário alimentar esse povo e, de improviso, à farinha de trigo produzida na parte alta da cidade, à qual foi atribuída o nome de Seara, depois de levedada, se juntaram as carnes de porco salgadas, fumadas ou em vinho-de-alhos, que depois da entrada em forno de lenha, resultou numa das principais iguarias gastronómicas nacionais, cuja excelência se mantém até aos dias de hoje.

Seja ela de presunto, salpicão, sardinha, bacalhau, carne em vinho-de-alhos, fiambre, pá fumada, ou noutras variações e receitas mais modernas, a Bôla de Lamego, pode ser servida como entrada, petisco, lanche ou até refeição ligeira, sempre acompanhada de um bom vinho ou espumantes de Lamego.

Depois da aclamação do Rei de Portugal, povos representados na reunião das Côrtes terão pronunciado o “Grito de Almacave” em latim “Nos liberi sumus, Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt”, que em português significa “Nós somos livres, o nosso Rei é livre, e as nossas mãos nos libertaram”.